Tuesday, October 31, 2006

A CARTA SEM RESPOSTA

CARTA ABERTA AO ENGENHEIRO

JOSÉ SÓCRATES

Esta é a terceira carta que lhe dirijo. As duas primeiras motivadas por um
convite que formulou mas não honrou, ficaram descortesmente sem resposta. A
forma escolhida para a presente é obviamente retórica e assenta NUM DIREITO
QUE O SENHOR AINDA NÃO ELIMINOU: o de manifestar publicamente indignação
perante a mentira e as opções injustas e erradas da governação.

Por acção e omissão, o Senhor deu uma boa achega à ideia, que ultimamente
ganhou forma na sociedade portuguesa, segundo a qual os funcionários
públicos seriam os responsáveis primeiros pelo descalabro das contas do
Estado e pelos malefícios da nossa economia. Sendo a administração pública a
própria imagem do Estado junto do cidadão comum, é quase masoquista o seu
comportamento.

Desminta, se puder, o que passo a afirmar:

1.º Do Statics in Focus n.º 41/2004, produzido pelo departamento oficial de
estatísticas da União Europeia, retira-se que a despesa portuguesa com os
salários e benefícios sociais dos funcionários públicos é inferior à mesma
despesa média dos restantes países da Zona Euro.

2.º Outra publicação da Comissão Europeia, L´Emploi en Europe 2003, permite
comparar a percentagem dos empregados do Estado em relação à totalidade dos
empregados de cada país da Europa dos 12. E o que vemos? Que em média nessa
Europa 25,6 por cento dos empregados são empregados do Estado, enquanto em
Portugal essa percentagem é de apenas 18 por cento. Ou seja, a mais baixa
dos 12 países, com excepção da Espanha.

As ricas Dinamarca e Suécia têm quase o dobro, respectivamente 32 e 32,6 por
cento. Se fosse directa a relação entre o peso da administração pública e o
défice, como estaria o défice destes dois países?

3º. Um dos slogans mais usados é do peso das despesas da saúde. A insuspeita
OCDE diz que na Europa dos 15 o gasto médio por habitante é de 1458. Em
Portugal esse gasto é . 758. Todos os restantes países, com excepção da
Grécia, gastam mais que nós. A França 2730, a Austria 2139, a Irlanda 1688,
a Finlândia 1539, a Dinamarca 1799, etc.

Com o anterior não pretendo dizer que a administração pública é um poço de
virtudes. Não é. Presta serviços que não justificam o dinheiro que consome.
Particularmente na saúde, na educação e na justiça. É um santuário de
burocracia, de ineficiência e de ineficácia. Mas infelizmente os mesmos
paradigmas são transferíveis para o sector privado. Donde a questão não
reside no maniqueísmo em que o Senhor e o seu ministro das Finanças caíram,
lançando um perigoso anátema sobre o funcionalismo público. A questão reside
em corrigir o que está mal, seja público, seja privado. A questão reside em
fazer escolhas acertadas. O Senhor optou pelas piores. De entre muitas
razões que o espaço não permite, deixe-me que lhe aponte duas:

1.º Sobre o sistema de reformas dos funcionários públicos têm-se dito
barbaridades . Como é sabido, a taxa social sobre os salários cifra-se em
34,75 por cento (11 por cento pagos pelo trabalhador, 23,75 por cento pagos
pelo patrão ).

OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS PAGAM OS SEUS 11 POR CENTO.

Mas O SEU PATRÃO ESTADO NÃO ENTREGA MENSALMENTE À CAIXA GERAL DE
APOSENTAÇÕES, COMO LHE COMPETIA E EXIGE AOS DEMAIS EMPREGADORES, os seus
23,75 por cento. E é assim que as "transferências" orçamentais assumem
perante a opinião pública não esclarecida o odioso de serem formas de sugar
os dinheiros públicos.

Por outro lado, todos os funcionários públicos que entraram ao serviço em
Setembro de 1993 já verão a sua reforma ser calculada segundo os critérios
aplicados aos restantes portugueses. Estamos a falar de quase metade dos
activos. E o sistema estabilizará nessa base em pouco mais de uma década.

Mas o seu pior erro, Senhor Engenheiro, foi ter escolhido para artífice das
iniquidades que subjazem á sua política o ministro Campos e Cunha, que não
teve pruridos políticos, morais ou éticos por acumular aos seus 7.000 Euros
de salário, os 8.000 de uma reforma conseguida aos 49 anos de idade e com 6
anos de serviço. E com a agravante de a obscena decisão legal que a suporta
ter origem numa proposta de um colégio de que o próprio fazia parte.

2.º Quando escolheu aumentar os impostos, viu o défice e ignorou a economia.
Foi ao arrepio do que se passa na Europa. A Finlândia dos seus encantos,
baixou-os em 4 pontos percentuais, a Suécia em 3,3 e a Alemanha em 3,2.

3º Por outro lado, fala em austeridade de cátedra, e é apologista juntamente
com o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, da implosão de uma
torre ( Prédio Coutinho ) onde vivem mais de 300 pessoas. Quanto vão custar
essas indemnizações, mais a indemnização milionária que pede o arquitecto
que a construiu, além do derrube em si?

4º Por que não defende V. Exa a mesma implosão de uma outra torre, na
Covilhã ( ver ' Correio da Manhã ' de 17/10/2005 ) , em tempos defendida
pela Câmara, e que agora já não vai abaixo? Será porque o autor do projecto
é o Arquitecto Fernando Pinto de Sousa, por acaso pai do Senhor Engenheiro,
Primeiro Ministro deste país?

* Por que não optou por cobrar os 3,2 mil milhões de Euros que as
empresas privadas devem à Segurança Social ?

* Por que não pôs em prática um plano para fazer a execução das dívidas
fiscais pendentes nos tribunais Tributários e que somam 20 mil milhões de
Euros ?

* Por que não actuou do lado dos benefícios fiscais que em 2004
significaram 1.000 milhões de Euros ?

* Por que não modificou o quadro legal que permite aos bancos, que
duplicaram lucros em época recessiva, pagar apenas 13 por cento de impostos
?

* Por que não renovou a famigerada Reserva Fiscal de Investimento que
permitiu à PT não pagar impostos pelos prejuízos que teve no Brasil, o que,
por junto, representará cerca de 6.500 milhões de Euros de receita perdida ?

A Verdade e a Coragem foram atributos que Vossa Excelência invocou para se
diferenciar dos seus opositores.

QUANDO SUBIU OS IMPOSTOS, QUE PERANTE MILHÕES DE PORTUGUESES GARANTIU QUE
NÃO SUBIRIA, FICÁMOS TODOS ESCLARECIDOS SOBRE A SUA VERDADE.

QUANDO ELEGEU OS DESEMPREGADOS , OS REFORMADOS E OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
COMO PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE COMBATE AO DÉFICE, PERCEBEMOS DE QUE TEOR É
A SUA CORAGEM.

Assina,
Santana Castilho (Professor Ensino Superior)
________________________________

Tribunal de Contas - Portugal
Av. da República, Nº65
1050-159 Lisboa

Monday, October 30, 2006

E eu é que sou mafioso...

Numa altura em que o Governo apela aos portugueses para apertar o cinto, o Executivo de José Sócrates prevê gastar no próximo ano mais de 95,4 milhões de euros só em estudos, pareceres, projectos e consultadorias. Segundo a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2007, o Ministério do Ambiente é o mais gastador, com uma verba de mais de 25 milhões de euros, seguido do Ministério da Ciência com mais de 17,5 milhões.


Após a polémica em torno dos gastos de 275 mil euros com dois estudos sobre as Scut (auto-estrada sem portagens) e o financiamento do sector rodoviário, o CM somou as verbas previstas no OE de 2007 para a rubrica de “estudos, pareceres, projectos e consultadorias” de todos os ministérios. Feitas as contas, os serviços e fundos autónomos do Estado poderão gastar até 57,3 milhões de euros, enquanto os serviços integrados até 38,1 milhões. No total, somam uma verba superior a 95,4 milhões de euros.Para a realização destes “estudos, pareceres, projectos e consultadorias” o Governo pode recorrer aos serviços externos de empresas, universidades e escritórios de advogados. Situações que têm suscitado alguma polémica ao longo do tempo, especialmente porque o Estado tem vários organismos com técnicos capazes de realizar esses mesmos estudos.O caso polémico mais recente foi nas Obras Públicas, com o secretário de Estado Paulo Campos a encomendar um estudo de 155 mil euros à empresa F9 Consulting, conhecida por ter ligações ao seu adjunto Vasco Gueifão. Alegadamente a consultora foi criada em 2001 por Vasco Gueifão e mais quatro sócios. Daí a oposição, nomeadamente o líder do PSD, Marques Mendes, se ter referido a um negócio “no mínimo suspeito” e a “relações perigosas”.No ‘ranking’ dos mais gastadores em estudos para 2007, após o Ambiente e a Ciência, segue-se as Obras Públicas ao somar 14,6 milhões de euros. Com um número bem mais baixo segue-se a Justiça, com 8,2 milhões de euros. Já no Ministério da Economia a soma das verbas previstas para a rubrica dos estudos é superior a 6,2 milhões de euros, nas Finanças a 4,4 milhões de euros e no Trabalho a 4,2 milhões.Mais de 3,7 milhões de euros é o montante previsto para estudos a realizar pela Administração Interna, tutelado por António Costa, enquanto o Ministério da Saúde, dirigido por Correia de Campos, tem uma verba superior a três milhões de euros.Para a Agricultura estão destinados mais de 2,6 milhões de euros para estudos, enquanto os Negócios Estrangeiros contam com uma verba superior a 1,9 milhões de euros. Já no final da lista estão os Ministérios da Cultura, Educação e Defesa, com 1,7 milhões, 1,1 milhões e 675 mil, respectivamente.

MAIS DADOS,


MARCELO CRITICA
Marcelo Rebelo de Sousa classificou ontem de “trapalhada” as explicações do Governo sobre o estudo das Scut. O professor disse também que “não basta à mulher de César ser honesta, também tem de parecer honesta”.

ESTUDOS 2005/06
Tal como o CM noticiou na edição de 30 de Setembro, a despesa pública total prevista para este ano em estudos e pareceres deverá ascender a 77,7 milhões de euros. No ano passado, essa verba ficou-se pelos 43,6 milhões de euros.

EMPRESAS
O Estado recorre a todo o tipo de empresas (nacionais e estrangeiras) e universidades para a realização de estudo. Estão na lista universidades e empresas de consultoria como a Makenzie, NoLimits e Accenture.

NOTAS

ESTRADAS JÁ ESTAVAM A ESTUDAR

As Estradas de Portugal já estavam a desenvolver análises para identificar quais as Scut que deveriam continuar ou não sem portagens.

F9 CONSULTING DÁ APOIO FINANCEIRO
A F9 Consulting foi contratada, por 155 mil euros, para dar apoio como consultora financeira. Apurou valores que o Governo usou para decidir pôr portagens em três Scut.

TEMPOS DAS ALTERNATIVAS
O CM não conseguiu apurar se a F9 Consulting mediu o tempo dos percursos em viagens no terreno, ou se usou ferramentas electrónicas próprias para o efeito.

VTM FEZ TRABALHO DE CAMPO
A VTM, segunda empresa contratada, fez estudos de campo. Ou seja, nas duas Scut em dúvida (Algarve e Grande Porto), fez os percursos no local, diz o estudo.

EP TEM 500 QUADROS SUPERIORES
As Estradas de Portugal conta com 500 quadros superiores, 478 licenciados e 22 mestres. Do quadro de pessoal fazem ainda parte 87 bacharéis.

ESTUDO DE 155 MIL EUROS USOU INE

A primeira empresa contratada pela Estradas de Portugal (EP) para fazer o estudo sobre as Scut, a F9 Consulting (que teve como sócio Vasco Gueifão, um assessor do secretário de Estado das Obras Públicas), trabalhou com estatísticas públicas.O estudo consistiu em desenvolver trabalho já realizado pelos técnicos das EP, em recolher dados e apurar valores com base em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e dos municípios.O contrato de 155 mil euros foi feito por “ajuste directo”, ou seja, sem consulta a outras empresas, como confirmou ao CM fonte oficial da EP.Ainda assim foi contratada uma outra empresa, a VTM, que aprofundou, com trabalho no terreno, aqueles estudos para as Scut do Algarve e do Grande Porto, por 26 mil euros. Apesar de ter sido iniciado pela EP – que conta com mais de 500 quadros superiores – o trabalho foi prosseguido pelas duas empresas por “serem independentes”. E somou um custo de 181 mil euros.

VERBAS PREVISTAS PARA 2007


MINISTÉRIO DO AMBIENTE (Francisco Nunes Correia): 25.042.511 euros
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR (Mariano Gago): 17.530.886 euros
MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS (Mário Lino): 14.673.422 euros
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA (Alberto Costa): 8.207.649 euros
MINISTÉRIO DA ECONOMIA (Manuel Pinho): 6.259.310 euros
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS (Teixeira dos Santos): 4.477.588 euros
MINISTÉRIO DO TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL(José Vieira da Silva): 4.202.622 euros
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA (António Costa): 3.702.132 euros
MINISTÉRIO DA SAÚDE (Correia de Campos): 3.027.455 euros
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E PESCAS (Jaime Silva): 2.686.760 euros
MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS (Luís Amado): 1.984.466 euros

MINISTÉRIO DA CULTURA (Isabel Pires de Lima): 1.797.869 euros
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (Maria de Lurdes Rodrigues): 1.179.150 euros
MINISTÉRIO DA DEFESA (Nuno Severiano Teixeira): 675.384 euros

Fonte:
Jornal "Correio da Manhã"
Artigo assinado por,
Ana Patrícia Dias / Carla Mendes Ferreira / José Rodrigues / Raquel Oliveira

Friday, October 27, 2006

O Pato Sócrates e seus muchachos

O nosso Pato Bravo e a sua equipa governamental em pleno
conselho de ministros.
A esta técnica chamam ir ao bolso de quem se baixa.

Conclusão:
NÃO SE BAIXEM

Este post é dedicado à justa luta dos professores
pela dignidade da sua profissão

Tuesday, October 24, 2006

Olha para o que eu digo, não olhes para....

No 'Diário de Notícias' de 20 de Outubro de 2006, vem, na página 4, uma notícia pequenina mas muito interessante e que ilustra bem as poupanças e as prioridades deste Governo.

Reza a notícia que a Assembleia da República aprovou ontem em plenário o seu próprio Orçamento para 2007 e do qual faz parte uma verba total para obras de "remodelação das bancadas e sistema de ar condicionado" , obras essas que importam em mais de 3 milhões de euros (cerca de 600 000 contos na moeda antiga)...

Se aqui começamos a ficar no mínimo impacientes, o pior está no entanto ainda para vir:

Para adaptação do sistema de votação electrónica dos deputados (sistema esse que já existe, embora tenha funcionado mal numa das últimas votações) o Estado prepara-se para gastar, pasme-se:
um milhão e cem mil euros!!!

Ou seja, 220 000 contos!!! Por um sistema em que o deputado carrega num botão e aparece o seu voto contabilizado num quadro electrónico!!!

Se a sua indignação e estupefacção é tão grande como a minha, vote em branco nas próximas.

Levante-se contra este roubo escandaloso feito a todos os Portugueses contribuintes!

Wednesday, October 18, 2006

Xeque Aos Bancos

Esta carta foi dirigida ao Banco Espírito Santo (BES), porém, devido à criatividade com que foi redigida, deveria ser dirigida a todas as instituições financeiras.

O que acham?

CARTA ABERTA AO BRADESCO

Exmos Senhores Administradores do BES

Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.
Funcionaria desta forma: todos os meses os senhores e todos os utilizadores, pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer produto adquirido (um pão, um remédio, uns litros de combustível, etc.) o utilizador pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado.
Que tal?
Pois, ontem saí do meu BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e de honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples.
Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como, todo e qualquer outro serviço. Além disso, impõe-me taxas. Uma "taxa de acesso ao pão", outra "taxa por guardar pão quente" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e ares de muito profissionalismo, claro.
Fazendo uma comparação com a qual talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco.Obtive financiamento para a aquisição de um carro. Ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os senhores cobraram-me preços de mercado. Assim como o padeiro me cobra o preço de mercado pelo pão.Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri.Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de crédito" - equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pão", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar.Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de conta".Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" assemelhar-se-ia a uma "taxa de abertura da padaria", pois, só é possível fazer negócios com o padeiro, depois de abrir a padaria.Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "Papagaios". Para gerir o "papagaio", alguns gerentes sem escrúpulos cobravam "por fora", o que era devido. Fiquei com a impressão de que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos.
Agora ao contrário de "por fora" temos muitos "por dentro".
Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores cobraram-me uma taxa de 1€.
Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5€ "para a manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa pela existência da padaria na esquina da rua".
As surpresas não acabaram ainda: descobri outra taxa de 25€ a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo. Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quente".
Mas, os senhores são insaciáveis.
A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer.
Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações do v/. Banco.
Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma (?).
Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que a v/. responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc, etc, etc. e que apesar de lamentarem muito e nada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto por lei, regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal.
Sei disso.
Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.
Sei que são legais.
Mas, também sei que são imorais. Por mais que estejam protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia vai acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma.


(Corrigi o português que misturava alguns vocábulos de brasilês –usuário, direccionar, etc.)

Tuesday, October 17, 2006

Um retrato fiel do país

Em 1990 o salário mínimo representava 59,4 do salário médio. Hoje fica-se pelos 50%.Em 1999, o salário mínimo português era 59 euros mais baixo do que em Espanha e 148 do que na Grécia. Hoje, é 246 euros mais baixo do que em Espanha e 283 euros mais baixo do que na Grécia.

by Daniel Oliveira

"mentiroso, mentiroso, mentiroso"
Palavra de ordem mais gritada na
manifestação da CGTP contra Sócrates


Comunicação social em geral
Dia 11 Outubro de 2006

Monday, October 16, 2006

Para Que Conste




A família Sampaio... Sabe-se hoje, dia 27 no Público que a jovem distinta advogada Vera Sampaio (terminou o curso com média de 10 val) com uma carreira de "dezenas de anos e larga experiência" foi contratada como assessora pelo membro do Governo Senhor Doutor Manuel Pedro Cunha da Silva Pereira, distinto Ministro da Presidência....Como a tarefa não é muito cansativa foi autorizada a continuar a dar aulas numa qualquer universidade privada onde ganha uns tostões para compor o salário e poder aspirar a ter uma vidinha um pouco mais desafogada.O facto de ser filha do Senhor Ex-Presidente da República das Bananas que também dá pelo nome de Portugal, não teve nada a ver com este reconhecimento das suas capacidades, juro pela saúde do Engenheiro Sócrates. Há famílias a quem a mão do Senhor toca com a sua graça. Ámen .Neste caso soube-se há tempos que o filhote depois de se ter formado foi logo para consultor da Portugal Telecom, onde certamente porá toda a sua experiência ao serviço de todos nós. Agora, como já ontem se disse, calhou a sorte à maninha e lá vai ela toda lampeira em part-time para o desgoverno, onde certamente porá toda a sua experiência ao serviço de todos nós. E o papá para não fugir à regra, depois de escavacar uns bons centos de milhares de euros, na remodelação do um palacete ali para a Ajuda, onde instalará um gabinete, para onde será transportado pelo nosso carro, com o nosso motorista e onde certamente porá toda a sua experiência ao serviço de todos nós.Falta arranjar um tacho para a matriarca que de momento tem que se contentar com as da cozinha.Isto tudo passa-se num sítio mal frequentado onde um milhão e duzentas mil pessoas vivem com uma reforma abaixo dos 375 Euros por mês.Parece mentira, não parece?


(ESTE É APENAS UM CASO, ENTRE MUITOS, QUE TÊM SIDO REVELADOS E DIVULGADOS ATRAVÉS DA INTERNET... PORQUE AS TELEVISÕES DESTE PAÍS ESTÃO BEM CONTROLADAS POR UMA FORÇA OCULTA... DIZEM TODAS O MESMO...SEMPRE MAIS DO MESMO... E O MESMO DEMAIS...E NO FIM SABEMOS O MESMO DE NADA...E ISTO TEM ACONTECIDO EM TODOS OS GOVERNOS...L.S.)

Thursday, October 12, 2006

Os Almoços dos nossos "mantidos"

Há coisas que não consigo compreender…
Assunto:
Almoço de luxo de comemoração de adesão de Portugal ao Conselho da Europa
No próximo dia 12-10-2006 vai realizar-se um almoço de luxo, no novo restaurante da Assembleia da República (AR), no qual participarão apenas 50 pessoas, todas portuguesas, entre as quais o presidente da AR, Jaime Gama.
O dito almoço custará ao erário público, isto é, do teu e do meu bolso, a pequena quantia de 147,33€ por pessoa, quando em situações semelhantes o valor tem sido de 50,00€.
Numa altura em que os nossos queridos governantes andam a espernear que é preciso poupar…poupar… fazer cortes…, despedir funcionários públicos… fechar urgências hospitalares… pagar mais impostos…porque a despesa do país é muita !!!!
Afinal tudo isso é só para que o dinheirinho chegue para as almoçaradas, para as viagens, para os vencimentos chorudos, para os subsídios de deslocação e alojamento e outros … dos queridos da AR, do governo, das empresas públicas, dos directores gerais e por aí fora….
Vocês já viram, o que é estes esfomeados da AR que ainda por cima se fartam de trabalhar, passar com um almocinho de apenas de 50,00€???!!!, vai lá vai?!?! qual o quê ??? Crise?!?! Que a pague o Zé Povinho, não é para isso que ele serve ?!?!?
Vem o querido do nosso PR, afirmar em alta voz que o país se encontra em profunda crise, apontando como únicos e principais responsáveis os funcionários públicos, posto que afinal sempre cá têm a mais, cerca de 200 mil, repartidos por várias carreiras: professores, magistrados, pessoal administrativo da educação e da saúde!
Ora, e de tal forma está a criatura obcecada com estes "espíritos malévolos", que não descansa enquanto não os colocar no fundo de uns valentes petroleiros e os despachar em força para uma qualquer Africa. E pronto! Ai tão aliviadinho ficará o erário público, para patrocinar estes almoços convívios... Todavia, outra questão se coloca. Se as criaturas do mal são recambiadas para o continente africano, com que impostos se pagarão estas patuscadas ?
O bom do funcionário público, se quer almoçar, mete ao bucho uma sandocha, uma sopita e uma biquita. Sim, porque afinal de contas, há algo que lá dentro lhe martela." Não Abuses! Afinal só recebeste 1,5 % de aumento.
Mas, dos altos impostos que estas criaturas benfazejas nos extorquem, têm forçosamente de sair verbas para estas, como lhe chama a Exmª Srª Secretária – Geral da Assembleia da República, Adelina Sá Carvalho, "experiências gastronómicas" e assim, poder propiciar ao grande chefe cozinheiro, um dos mais premiados cozinheiros portugueses a nível internacional, que é só e apenas "um velho amigo" de Jaime Gama, uma contita astronómica para o seu "piqueno mealheiro".
CONVITE
Convida-se o Zé-Povinho, Pagante, a comparecer no próximo dia 12/10/06, à porta do dito restaurante, a fim de recolher possíveis migalhas, que eventualmente possam sobrar.
Sempre serão migalhas de luxo!