Wednesday, September 10, 2008

O Fim Do Mito

(Diário de Noticias 19 de Agosto de 2008)
Atraso económico aumenta no Norte
ALFREDO MENDES
Crise. O Norte não conseguiu adoptar um novo paradigma de desenvolvimento face à terciarização, concorrência global e economia do conhecimento. O declínio acentuou-se com a deslocalização de empresas. A criação de emprego teve ontem um impulso, comJosé Sócrates a participar no anúncio de novo projecto da PT
Atraso económico aumenta no Norte A perda de poder económico da região Norte configura um dos principais factores de constrangimento da economia do País. Esta é, em resumo, uma das conclusões, porventura a principal, dos especialistas da região contactados pelo DN. Ainda que abominem o estafado discurso contra o poder da capital, não deixam de compreender as razões por que os agentes económicos preferem instalar os seus negócios na órbita do Terreiro do Paço.

Daí as oito personalidades ouvidas sustentarem que o definhamento do dinamismo aos níveis económico, político e social apenas pode ser contrariado através de uma estratégia de matriz nacional. Logo, o problema da região nortenha é o de Portugal, assinalam as personalidades escutadas neste trabalho. Importante força motriz nos finais do século XIX e até finais de 1980, a região ficaria quase sem fôlego com o desaparecimento das grandes unidades fabris, quantas delas de cariz familiar, cujos herdeiros, em muitos casos, preferiram vendê-las às multinacionais em vez de investirem na modernização e na qualificação técnica e humana, cativando novos mercados.

Acresce que, nem sempre, os fundos da então CEE foram aproveitados para os fins a que se destinavam, o que fez emergir um ostensivo novo-riquismo. Resultado: trabalho infantil, baixos salários, ou em atraso, falências fraudulentas.

Mas se também os fundos de coesão não beneficiaram os empresários honestos e empreendedores, consequência de uma visão autista. A incapacidade de inovar, de diversificar, de escolher um novo paradigma de desenvolvimento condenariam, também, o Norte ao desalento.

Depois, a globalização. As pequenas e médias empresas vulneráveis aos ventos de mudança, à taxa de câmbio do euro, ao alargamento da UE a Leste e, claro, o esmagamento dos preços por parte da China. Como sair da crise, mediante a falta de elites que projectem valores e de protagonistas que elevem ânimos e orgulhos?

Urge aprofundar o interface entre a universidade e o universo empresarial, perfilhar a criatividade nas pequenas e médias empresas, ainda de mão de obra intensiva. Há que potenciar os recursos humanos. Impõe-se, ainda, transformar o tecido económico com empresas de mais valor acrescentado, fazendo surgir novas marcas e novo design. A tercialização, o agro-turismo, a tecnologia em áreas como a ciência, nomeadamente no domínio da saúde, são pólos adiantados pelos especialistas como importantes para a recuperação empresarial da economia da região nortenha.

De contrário, o Norte do apogeu e queda continuará a empobrecer, o seu Produto Interno Bruto per capita continuará bastante abaixo da média nacional, enquanto muitas famílias continuarão a receber os salários em géneros alimentícios. A região quer vencer o campeonato da competividade e usufruir do tratamento que, em outras alturas, deu ao País.

http://dn.sapo.pt/2008/08/19/nacional/atraso_economico_aumenta_norte.html

Sunday, September 07, 2008

O Ranço Salazarista

A lucidez amarga de BB.


Baptista Bastos - b.bastos@netcabo.pt

Cada vez mais nos afastamos uns dos outros. Trespassamo-nos sem nos
ver. Caminhamos nas ruas com a apática indiferença de sequer sabermos
quem somos. Nem interessados estamos em o saber. Os dias deixaram de
ser a aventura do imprevisto e a magia do improviso para se
transformarem na amarga rotina do viver português e do existir em
Portugal.


Deixámos cair a cultura da revolta. Não falamos de nós. Enredamo-nos
na futilidade das coisas inúteis, como se fossem o atordoamento ou o
sedativo das nossas dores. E as nossas dores não são, apenas, d'alma:
são, também, dores físicas.

Lemos os jornais e não acreditamos. Lemos, é como quem diz - os que
lêem. As televisões são a vergonha do pensamento. Os comentadores
tocam pela mesma pauta e sopram a mesma música. Há longos anos que a
análise dos nossos problemas está entregue a pessoas que não suscitam
inquietação em quem os ouve. Uma anestesia geral parece ter sido
adicionada ao corpo da nação.

Um amigo meu, professor em Lille, envia-me um email. Há muitos anos,
deixou Portugal. Esteve, agora, por aqui. Lança-me um apelo veemente e
dorido: 'Que se passa com a nossa terra? Parece um país morto. A garra
portuguesa foi aparada ou cortada por uma clique, espalhada por todos
os sectores da vida nacional e que de tudo tomou conta. Indignem-se em
massa, como dizia o Soares.'

Nunca é de mais repetir o drama que se abateu sobre a maioria.
Enquanto dois milhões de miúdos vivem na miséria, os bancos obtiveram
lucros de 7,9 milhões por dia. Há qualquer coisa de podre e de
inquietantemente injusto nestes números. Dir-se-á que não há relação
de causa e efeito. Há, claro que há. Qualquer economista sério
encontrará associações entre os abismos da pobreza e da fome e os
cumes ostensivos das riquezas adquiridas muitas vezes não se sabe
como.

Prepara-se (preparam os 'socialistas modernos' de Sócrates) a
privatização de quase tudo, especialmente da saúde, o mais rendível. E
o primeiro-ministro, naquela despudorada 'entrevista' à SIC, declama
que está a defender o SNS! O desemprego atinge picos elevadíssimos.
Sócrates diz exactamente o contrário. A mentira constitui, hoje, um
desporto particularmente requintado. É impossível ver qualquer membro
deste Governo sem ser assaltado por uma repugnância visceral. O
carácter desta gente é inexistente. Nenhum deles vai aos jornais, às
Televisões e às Rádios falar verdade, contar a evidência. E a
evidência é a fome, a miséria, a tristeza do nosso amargo viver; os
nossos velhos a morrer nos jardins, com reformas de não chegam para
comer quanto mais para adquirir remédios; os nossos jovens a tentar a
sorte no estrangeiro, ou a desafiar a morte nas drogas; a iliteracia,
a ignorância, o túnel negro sem fim.

Diz-se que, nas próximas eleições, este agrupamento voltará a ganhar.
Diz-se que a alternativa é pior. Diz-se que estamos desgraçados. Diz
um general que recebe pressões constantes para encabeçar um movimento
de indignação. Diz-se que, um dia destes, rebenta uma explosão social
com imprevisíveis consequências. Diz a SEDES, com alguns anos de
atraso, como, aliás, é seu timbre, que a crise é muito má. Diz-se,
diz-se.

Bem gostaríamos de saber o que dizem Mário Soares, António Arnaut,
Manuel Alegre, Ana Gomes, Ferro Rodrigues (não sei quem mais, porque
socialistas, socialistas, poucos há) acerca deste descalabro. Não é só
dizer: é fazer, é agir. O facto, meramente circunstancial, de este PS
ter conquistado a maioria absoluta não legitima as atrocidades
governamentais, que sobem em escalada. O paliativo da substituição do
sinistro Correia de Campos pela dr.ª Ana Jorge não passa de isso
mesmo: paliativo. Apenas para toldar os olhos de quem ainda deseja
ver, porque há outros que não vêem porque não querem.

A aceitação acrítica das decisões governamentais está coligada com a
cumplicidade. Quando Vieira da Silva expõe um ar compungido, perante
os relatórios internacionais sobre a miséria portuguesa, alguém lhe
devia dizer para ter vergonha. Não se resolve este magno problema com
a distribuição de umas migalhas, que possuem sempre o aspecto da
caridadezinha fascista. Um socialista a sério jamais procedia daquele
modo. E há soluções adequadas. O acréscimo do desemprego está na base
deste atroz retrocesso.

Vivemos num país que já nada tem a ver com o País de Abril. Aliás,
penso, seriamente, que pouco tem a ver com a democracia. O quero,
posso e mando de José Sócrates, o estilo hirto e autoritário, moldado
em Cavaco, significa que nem tudo foi extirpado do que de pior existe
nos políticos portugueses. Há um ranço salazarista nesta gente. E, com
a passagem dos dias, cada vez mais se me acentua a ideia de que a
saída só reside na cultura da revolta.

Saturday, September 06, 2008

TGV

A QUEM VAI SERVIR O TGV
1. AOS FABRICANTES DE MATERIAL FERROVIÁRIO,
2. ÀS CONSTRUTORAS DE OBRAS PÚBLICAS E ...CLARO,
3. AOS BANCOS QUE VÃO FINANCIAR A OBRA ... OS PORTUGUESES FICARÃO - UMA VEZ MAIS - ENDIVIDADOS DURANTE DÉCADAS
POR CAUSA DE MAIS UMA OBRA MEGALÓMANA ! ! !
Experimente ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio.

Comprado o bilhete, dá consigo num comboio que só se diferencia dos
nossos 'Alfa' por não ser tão luxuoso e ter menos serviços de apoio
aos passageiros.

A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de
vista, demorou cerca de cinco horas.

Não fora conhecer a realidade económica e social desses países, Daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemáticos pelos superavites orçamentais, seriam mesmo uns tontos.

Se não os conhecesse bem perguntaria onde gastam eles os abundantes
recursos resultantes da substantiva criação de riqueza.

A resposta está na excelência das suas escolas,
· na qualidade do seu Ensino Superior,
· nos seus museus e escolas de arte,
· nas creches e jardins-de-infância em cada esquina,
· nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade.

Percebe-se bem porque não
· construíram estádios de futebol desnecessários,
· constroem aeroportos em cima de pântanos,
· nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia de multinacionais.

O TGV é um transporte adequado a países de dimensão continental, extensos,
onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por passageiro,
competitivo com o transporte aéreo.

É por isso que, para além da já referida pressão de certos grupos que
fornecem essas tecnologias, só existe TGV em França ou Espanha
(com pequenas extensões a países vizinhos).

É por razões de sensatez que não o encontramos
· na Noruega,
· na Suécia,
· na Holanda
· e em muitos outros países ricos.

Tirar 20 ou 30 minutos ao 'Alfa' Lisboa-Porto
à custa de um investimento de cerca de 7,5 mil milhões de euros
não trará qualquer benefício à economia do País.

Para além de que, dado ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia,
ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar.

Com 7,5 mil milhões de euros podem construir-se:
- 1000 (mil) Escolas Básicas e Secundárias de primeiríssimo mundo
que substituam as mais de cinco mil obsoletas e subdimensionadas existentes (a 2,5 milhões de euros cada uma);
- mais 1.000 (mil) creches (a 1 milhão de euros cada uma);
- mais 1.000 (mil) centros de dia para os nossos idosos (a 1milhão de euros cada um).

E ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências como, por exemplo, na urgente reabilitação de toda a degradada rede viária secundária.

Cabe ao Governo reflectir.

Cabe à Oposição contrapor.

Cabe-te a ti participar.

Thursday, September 04, 2008

BMW's


SUGESTÃO DE PUBLICIDADE PARA
TOPOS DE GAMA


Este recado é também para as caçadoras
de fortunas da nossa praça,
agarrem um destes magníficos especímens de imediato.
Garantimos que reúnem as condições mínimas,
andam de BM....Cedes. (Quase de certeza)
E não se esqueçam, divirtam-se.